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quarta-feira, 25 de julho de 2018

Comunicação de cidadania Italiana - via antenato Sante Bertazzoni

Comunicação de cidadania a 3 descendentes do antenato Sante Bertazzoni. Depois de 45 dias na Itália, e após a solicitação diretamente por lá. Abaixo, a comunicação de cidadania via "IURE SANGUINIS".


quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Informações sobre pagamento - Bertazzoni / 1877.


AP 549 v.16 - Relação dos emigrantes que no dia 22 d' Abril de 1877 seguem para Barreiros com destino a Colonia do Estado no Vapor Iguassú - p.204 - BR PR APPER PB001

N. 12 - BERTAZZANI, Santo (124), 40 anos, nação: Italia, profissão: Agricultura, observações: 1800 pago.

N. 13 - BERTAZZANI, Luigi, 6 anos, nação: Italia, profissão: Agricultura, observações: 1800 pago.

N. 14 - BERTAZZANI, Teodora, 2 anos, nação: Italia, profissão: Agricultura, observações: 1800 pago.

N. 15 - VALENZA, Palmira (125), 29 anos, nação: Italia, profissão: Agricultura, observações: 1800 pago.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Nascimento e Casamento de Sante Bertazzoni x Palmira Valenza

Nascimento e Casamento de SANTE  BERTAZZONI x PALMIRA VALENZA

Em 02/09/1837 nasceu SANTE BERTAZZONI;
No ano de 1869, casou com PALMIRA VALENZA, em Mantova/Itália.

terça-feira, 30 de junho de 2015

Registro de nascimento referente a Maria Bertazzoni (Em Morretes)

Aos 7 dias de setembro de 1889 na Paróquia Nossa Senhora do Porto (Morretes), compareceu Carlos (Italiano) residente em Capituva, apresentou uma criança de sexo feminino com vinte e quatro horas de vida, filha de BERTAZZONI, Santo e sua mulher Palmira VALENÇA, ambos italianos, cuja criança nomeou-se como MARIA.



quarta-feira, 24 de junho de 2015

Extrato de nascimento Teodora Cecilia Bertazzoni (registro na Itália)

No dia 23 de fevereiro de 2015 enviei uma carta para região de Mantova/Italia, nela solicitei informações sobre a irmã de meu bisavô ANTONIO BERTAZZONI. No dia 23 de junho chegou a resposta, e com as informações contidas no extrato abaixo, confirma que TEODORA CECILIA BERTAZZONI (mãe do pintor TEODORO DE BONNA, era irmã de ANTONIO BERTAZZONI.



sábado, 9 de fevereiro de 2013

Histórico da Família Bertazzoni no Brasil




Terra Prometida (1930)  tela de Theodoro De Bona que retrata a chegada de seus antepassados no território paranaense.


A entrada de imigrantes italianos no Paraná: do Vêneto para as colônias brasileiras.

Colônia Alexandra (Alessandra)

A entrada de imigrantes italianos no Paraná, deu-se primeiramente por um contrato firmado entre  Venâncio José Lisboa (presidente da província na época), e o empresário Sabino Tripoti, em 1871 (Balhana,1958:28). Inicialmente foram instaladas 200 famílias, cerca de 2.500 imigrantes na 1Colônia Alexandra em Paraguá . Os imigrantes pensavam encontrar boas condições para a agricultura e crescimento econômico de suas famílias, todavia, acabaram sofrendo as conseqüências da falta de interesse, embaraços políticos por parte de Sabino Tripoti e das irresponsabilidades dos agentes da imigração quanto as acomodações iniciais dos italianos no país.

1 Em consulta ao jornal Gazeta do Povo de 13/07/1975, que se encontra arquivado na Bibliotéca Pública do Paraná, percebi que esta Colônia também foi denominada como Colônia Alessandra. Esta era localizada a 14 quilômetros de Paranaguá.


O empresario 2Sabino Tripoti, fundou a Colônia Alexandra no ano de 1875, movido por irresponsabilidades e interesses pessoais. Esta era localizada próxima ao Porto de Paranaguá. Tripoti não estava interessado nos colonos e também pouco se importava com a colonização da Província. Seu foco era atrair o maior número de imigrantes, pois quanto maior a quantia maior o seu orçamento advindo do Estado. Este empresário confeccionou panfletos com textos contrários e enganosos a respeito da Colonia Alexandra. Em uma visita que fiz ao Circulo de Estudos Bandeirantes, realizada em 30/01/2011, ao ler o Jornal 19 de Dezembro (9 de maio de 1877, pg 02), vi o seguinte texto:

"É uma colônia particular pertencente a Sabino Tripoti que tem tido bastante auxílio pelo governo Imperial com quem efetuou um contrato para o estabelecimento de 2.500 colonos nesta província. Sei, porém, pelas repetidas reclamações e insistentes pedidos de auxílios por parte de Sabino Tipoti que este luta com sérios embaraços para com o cumprimento ao seu contrato pela falta de reservas pecuniárias e  débitos avultados que contraiu, tenho receio que este estabelecimento não possa se manter por muito tempo atento as dificuldades com que está lutando o empresário." 

2 Sabino Tripotti era natural de Teramo, no Abruzzo. Veio para América fugido da justiça italiana, sendo mais tarde absolvido da acusação que lhe imputavam. 

Os embaraços e não cumprimento do contrato pelo empresário, colocou em situação lastimável a vida dos  imigrantes desta colônia, dificultando em muito à sobrevivência destes. Devido ao clima, se teve pouca produção agrícola, uma vez que o clima da região não era propício para o tipo de cultivo trazido do norte da Itália (região muito fria).

Como o grau de insatisfações e reclamações pelos imigrantes eram constantes, muitos destes desejavam voltar à Itália, uma vez que as promessas de sucesso em solo brasileiro não foram atendidas. A saída seria a remoção destes para outro lugar. Então, houve rescisão do contrato em 13 de abril de 1877 com Sabino Tripoti e promoveu-se a imigração e a reemigração destes colonos. Em consulta a Gazeta do Povo de 13/07/1975, constatamos as seguintes informações:


"Com a rescisão do contrato em 13 de abril de 1877, "não prosseguiram os trabalhos de localização dos colonos italianos, mandados então para a Colonia Nova Itália", que foi formada em terras desmembradas de muitas das colonias à época fundadas entre Paranaguá, Porto de Cima e Morretes."

Colônia Nova Itália


 Em 22 de Abril de 1877, foi fundada a Colônia Nova Itália, por imigrantes italianos (advindos do  vêneto) retirantes da Colônia Alexandra de Paranaguá e também para instalação dos imigrantes que ainda continuavam a chegar. (Balhana, 1958:30). Após a fundação da Colônia Nova Itália,deu-se início à evolução de diversos núcleos: América, Rio do Pinto, Anhaia, Rio Sagrado, Sesmaria, Sítio Grande, Turvo Zulmira, Ipiranga, etc.

Um ano após sua fundação, foi designado que André Braz  Chalréo fosse o dirigente da Colônia. Neste mesmo ano foi realizado um balanço sobre a vida destes italianos, neste mostrava que a situação dos imigrantes era deplorável, mais de 800 (oitocentas) famílias encontravam-se em barracões , há aproximadamente 9 (nove) meses, na espera de seu lote para trabalhar. Dois meses se seguiram, o número chegou a 3.000 (três mil) nos barracões esperando a sua colocação. Em um artigo do mês de Março de 1878, no jornal Dezenove de Dezembro se relatava o seguinte:


"existem mais de trezentos lotes já demarcados, cento e poucos estão ocupados e os restantes tem casas construídas já há seis meses mas, ainda sem teto, quase todas danificadas por estarem expostas ao tempo, por terem sido construídas com péssimo material adquirido a preço esorbitante. Não existe uma estrada para os lotes e os colonos os recusam pois são invadidos pelas águas durante as cheias dos rios ou localizados em terreno muito montanhoso. Os colonos estão quase na miséria, sem roupas, sem casas habitáveis, sem sementes para as suas primeiras plantações. Estão completamente desencorajados, ainda mais que muitos terrenos distribuídos são ruins e pantanosos". Fonte: Arquivos da La Piave FAINORS Federação Vêneta Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Em fevereiro do mesmo ano, um comunicado foi enviado ao Ministério a presidência advertindo que a Colônia, situada em uma localidade pouco salubre, com muitos terrenos pantanosos e baixos, sujeitos à constantes inundações do 3 Rio Nhundiauara, causando febre tifóide, malária e outras enfermidades. Em março de 1878 teve um surto de febre amarela, no dia 20 de Março a cidade de Antonina foi atingida por uma epidemia desta doença, que rapidamente atingiu Morretes e Paranaguá. Muitas  foram as mortes na Colônia Noa Itália por este surto epidêmico. Todavia, outras doenças graves afetavam a vida dos imigrantes: Verminoses em crianças, doenças transmitidas por mosquitos, bicho-de-pé, que tornavam um inferno a vida dos pioneiros. Fonte:Arquivos da La Piave FAINORS Federação Vêneta
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

3 As rápidas descidas das águas fluviais nas vertentes da serra causam freqüentes inundações parciais, nas baixadas do Município, o que comprova o escritor Dr. Sebastião Paraná, com as que verificaram em 1795, 1846, 1869, 1873, 1882, 1884, 1969. Uma das maiores foi registrada nos dias 13 e 14 de Março de 1888, tendo o povo se refugiado na colina da Igreja Matriz. Outras ainda sucederam, porém nenhuma de tão grandes proporções quanto a de 13 de novembro de 1969. Informações de Morretes / site de Morretes / Morretes cidade de encanto e beleza SECR. MUNICIPAL DE TURISMO.
   
Em uma das visitas do Presidente da Província DR. Rodrigo Otávio, ao examinar a Colônia Nova Itália, encontrou-a em estado lastimável, a grande maioria dos imigrantes sem roupas, sem sementes para plantio, habitação apenas suportável e o povo na miséria. O terreno que ocupavam era alagadiço, nestas condições muitos solicitaram sua volta à terra de origem, todavia, todos os pedidos às autoridades eram negados pela falta de verbas. Relata Lúcio Boges (1990)


"Quando menino, eu ouvi dos mais velhos, a história de um italiano já de certa idade, que blasfemava contra este estado de coisas e desejava voltar a todo custo para sua terra natal, onde queria morrer. Dizia ele: "Questa sporca terra del Brasile non mi mangiara".
E não comeu mesmo, diziam os antigos, pois, ao ser exumado o seu corpo, ao final do período regulamentar, estava mumificado.
Fez-se o desejo do italiano e a terra brasileira, também, o rejeitou!."
Borges, L. (1990, pg 28).
 O descontentamento e a má condição de vida destes colonos, provocou a retirada de muitos dos seus assentamentos, em busca de um local que lhes dessem melhor conforto. Os rumores ganharam proporções gigantescas, conforme afirma BORGES (1990):

"Algusto BORGES 1990 PG. 26





Ilustração da Colônia Nova Itália 1877


Refugio habitacional "Morro do Bicho".

Na data de 22 de Abril de 1877 chegaram na Colônia Nova Itália (Morretes/PR) os italianos, Sante Bertazzoni (40 anos), Palmira Bertazzoni (29 anos), Luigi Bertazzoni (6 anos), Teodora Bertazzoni (2 anos) e Giuseppe Bertazzoni (15 dias), conforme anotação no livro 834, referente ao cadastro de italianos estabelecidos na colônia Nova Itália em Morretes.


A entrada de imigrantes italianos no Paraná: do Vêneto para as colônias brasileiras.

Colônia Alexandra (Alessandra)

A entrada de imigrantes italianos no Paraná, deu-se primeiramente por um contrato firmado entre  Venâncio José Lisboa (presidente da província na época), e o empresário Sabino Tripoti, em 1871 (Balhana,1958:28). Inicialmente foram instaladas 200 famílias, cerca de 2.500 imigrantes na 1Colônia Alexandra em Paraguá . Os imigrantes pensavam encontrar boas condições para a agricultura e crescimento econômico de suas famílias, todavia, acabaram sofrendo as conseqüências da falta de interesse, embaraços políticos por parte de Sabino Tripoti e das irresponsabilidades dos agentes da imigração quanto as acomodações iniciais dos italianos no país.

1 Em consulta ao jornal Gazeta do Povo de 13/07/1975, que se encontra arquivado na Bibliotéca Pública do Paraná, percebi que esta Colônia também foi denominada como Colônia Alessandra. Esta era localizada a 14 quilômetros de Paranaguá.


O empresario 2Sabino Tripoti fundou a Colônia Alexandra no ano de 1875, movido por irresponsabilidades e interesses pessoais. Esta era localizada próxima ao Porto de Paranaguá. Tripoti não estava interessado nos colonos e também pouco se importava com a colonização da Província. Seu foco era atrair o maior número de imigrantes, pois quanto maior a quantia maior o seu orçamento advindo do Estado. Este empresário confeccionou panfletos com textos contrários e enganosos a respeito da Colonia Alexandra. Em uma visita que fiz ao Circulo de Estudos Bandeirantes, realizada em 30/01/2011, ao ler o Jornal 19 de Dezembro (9 de maio de 1877, pg 02), vi o seguinte texto:

"É uma colônia particular pertencente a Sabino Tripoti que tem tido bastante auxílio pelo governo Imperial com quem efetuou um contrato para o estabelecimento de 2.500 colonos nesta província. Sei, porém, pelas repetidas reclamações e insistentes pedidos de auxílios por parte de Sabino Tipoti que este luta com sérios embaraços para com o cumprimento ao seu contrato pela falta de reservas pecuniárias e  débitos avultados que contraiu, tenho receio que este estabelecimento não possa se manter por muito tempo atento as dificuldades com que está lutando o empresário." 

2 Savino Tripotti era natural de Teramo, no Abruzzo. Veio para América fugido da justiça italiana, sendo mais tarde absolvido da acusação que lhe imputavam. 

Os embaraços e não cumprimento do contrato pelo empresário, colocou em situação lastimável a vida dos  imigrantes desta colônia, dificultando em muito à sobrevivência destes. Devido ao clima, se teve pouca produção agrícola, uma vez que o clima da região não era propício para o tipo de cultivo trazido do norte da Itália (região muito fria).

Como o grau de insatisfações e reclamações pelos imigrantes eram constantes, muitos destes desejavam voltar à Itália, uma vez que as promessas de sucesso em solo brasileiro não foram atendidas. A saída seria a remoção destes para outro lugar. Então, houve rescisão do contrato em 13 de abril de 1877 com Sabino Tripoti e promoveu-se a imigração e a reemigração destes colonos. Em consulta a Gazeta do Povo de 13/07/1975, constatamos as seguintes informações:


"Com a rescisão do contrato em 13 de abril de 1877, "não prosseguiram os trabalhos de localização dos colonos italianos, mandados então para a Colonia Nova Itália", que foi formada em terras desmembradas de muitas das colonias à época fundadas entre Paranaguá, Porto de Cima e Morretes."

Colônia Nova Itália


 Em 22 de Abril de 1877, foi fundada a Colônia Nova Itália, por imigrantes italianos (advindos do  vêneto) retirantes da Colônia Alexandra de Paranaguá e também para instalação dos imigrantes que ainda continuavam a chegar. (Balhana, 1958:30). Após a fundação da Colônia Nova Itália,deu-se início à evolução de diversos núcleos: América, Rio do Pinto, Anhaia, Rio Sagrado, Sesmaria, Sítio Grande, Turvo Zulmira, Ipiranga, etc.

Um ano após sua fundação, foi designado que André Braz  Chalréo fosse o dirigente da Colônia. Neste mesmo ano foi realizado um balanço sobre a vida destes italianos, neste mostrava que a situação dos imigrantes era deplorável, mais de 800 (oitocentas) famílias encontravam-se em barracões , há aproximadamente 9 (nove) meses, na espera de seu lote para trabalhar. Dois meses se seguiram, o número chegou a 3.000 (três mil) nos barracões esperando a sua colocação. Em um artigo do mês de Março de 1878, no jornal Dezenove de Dezembro se relatava o seguinte:


"existem mais de trezentos lotes já demarcados, cento e poucos estão ocupados e os restantes tem casas construídas já há seis meses mas, ainda sem teto, quase todas danificadas por estarem expostas ao tempo, por terem sido construídas com péssimo material adquirido a preço esorbitante. Não existe uma estrada para os lotes e os colonos os recusam pois são invadidos pelas águas durante as cheias dos rios ou localizados em terreno muito montanhoso. Os colonos estão quase na miséria, sem roupas, sem casas habitáveis, sem sementes para as suas primeiras plantações. Estão completamente desencorajados, ainda mais que muitos terrenos distribuídos são ruins e pantanosos". Fonte: Arquivos da La Piave FAINORS Federação Vêneta Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Em fevereiro do mesmo ano, um comunicado foi enviado ao Ministério a presidência advertindo que a Colônia, situada em uma localidade pouco salubre, com muitos terrenos pantanosos e baixos, sujeitos à constantes inundações do 3 Rio Nhundiauara, causando febre tifóide, malária e outras enfermidades. Em março de 1878 teve um surto de febre amarela, no dia 20 de Março a cidade de Antonina foi atingida por uma epidemia desta doença, que rapidamente atingiu Morretes e Paranaguá. Muitas  foram as mortes na Colônia Noa Itália por este surto epidêmico. Todavia, outras doenças graves afetavam a vida dos imigrantes: Verminoses em crianças, doenças transmitidas por mosquitos, bicho-de-pé, que tornavam um inferno a vida dos pioneiros. Fonte:Arquivos da La Piave FAINORS Federação Vêneta
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

3 As rápidas descidas das águas fluviais nas vertentes da serra causam freqüentes inundações parciais, nas baixadas do Município, o que comprova o escritor Dr. Sebastião Paraná, com as que verificaram em 1795, 1846, 1869, 1873, 1882, 1884, 1969. Uma das maiores foi registrada nos dias 13 e 14 de Março de 1888, tendo o povo se refugiado na colina da Igreja Matriz. Outras ainda sucederam, porém nenhuma de tão grandes proporções quanto a de 13 de novembro de 1969. Informações de Morretes / site de Morretes / Morretes cidade de encanto e beleza SECR. MUNICIPAL DE TURISMO.
   
Em uma das visitas do Presidente da Província DR. Rodrigo Otávio, ao examinar a Colônia Nova Itália, encontrou-a em estado lastimável, a grande maioria dos imigrantes sem roupas, sem sementes para plantio, habitação apenas suportável e o povo na miséria. O terreno que ocupavam era alagadiço, nestas condições muitos solicitaram sua volta à terra de origem, todavia, todos os pedidos às autoridades eram negados pela falta de verbas. Relata Lúcio Boges (1990)


"Quando menino, eu ouvi dos mais velhos, a história de um italiano já de certa idade, que blasfemava contra este estado de coisas e desejava voltar a todo custo para sua terra natal, onde queria morrer. Dizia ele: "Questa sporca terra del Brasile non mi mangiara".
E não comeu mesmo, diziam os antigos, pois, ao ser exumado o seu corpo, ao final do período regulamentar, estava mumificado.
Fez-se o desejo do italiano e a terra brasileira, também, o rejeitou!." 
Borges, L. (1990, pg 28).
 O descontentamento e a má condição de vida destes colonos, provocou a retirada de muitos dos seus assentamentos, em busca de um local que lhes dessem melhor conforto. Os rumores ganharam proporções gigantescas, conforme afirma BORGES (1990):

"Algusto BORGES 1990 PG. 26




Ilustração da Colônia Nova Itália 1877



Refugio habitacional "Morro do Bicho".

Na data de 22 de Abril de 1877 chegaram na Colônia Nova Itália (Morretes/PR) os italianos, Sante Bertazzoni (40 anos), Palmira Bertazzoni (29 anos), Luigi Bertazzoni (6 anos), Teodora Bertazzoni (2 anos) e Giuseppe Bertazzoni (15 dias), conforme anotação no livro 834, referente ao cadastro de italianos estabelecidos na colônia Nova Itália em Morretes.



Segundo relatos de descendentes da família, os Bertazzoni(s) eram da região de San Benedetto PO/Mantova/Itália. Sobre estes primeiros colonos da família Bertazzoni, "Tia Queta1" comenta:
"Meus avós Sante Bertazzoni e Palmira Bertazzoni vieram de uma região chamada Mântua, eles moravam do lado pobre do rio." 
 1 Maria Antonieta Bertazzoni (1929-2012), 80 (oitenta) anos, neta de Sante Bertazzoni, morou em Curitiba, dona de casa.

Essa afirmação é de suma importância, uma vez que revela a fragilidade da família que segundo o relato acima, é de origem pobre. Em analise a obra de Borges (1990), percebemos que para aqueles colonos que eram de procedência humilde (aqueles que não tinham recursos em dinheiro), tiveram que se conformar com as vicissitude da vida. Afirma Borges:


"Aqueles que tinham recursos em dinheiro (os que na Itália venderam os seus bens e em consequência trouxeram algum numerário), muitos deles voltaram. Mas, os de procedência humilde, tiveram que se conformar com as vicissitudes da vida e aguentar firme, na espera de que mais tarde fossem recompensados com dias melhores."
É nesse contexto, que esta família resolveu se fixar no núcleo Zulmira mais conhecido como "Morro do Bicho".






Registro de Entrada de Imigrantes
 Arquivo Público do Paraná


Segundo relatos de descendentes da família, os Bertazzoni(s) eram da região de San Benedetto PO/Mantova/Itália. Sobre estes primeiros colonos da família Bertazzoni, "Tia Queta1" comenta:
"Meus avós Sante Bertazzoni e Palmira Bertazzoni vieram de uma região chamada Mântua, eles moravam do lado pobre do rio." 
 1 Maria Antonieta Bertazzoni (1929-2012), 80 (oitenta) anos, neta de Sante Bertazzoni, morou em Curitiba, dona de casa.

Essa afirmação é de suma importância, uma vez que revela a fragilidade da família que segundo o relato acima, é de origem pobre. Em analise a obra de Borges (1990), percebemos que para aqueles colonos que eram de procedência humilde (aqueles que não tinham recursos em dinheiro), tiveram que se conformar com as vicissitude da vida. Afirma Borges:


"Aqueles que tinham recursos em dinheiro (os que na Itália venderam os seus bens e em consequência trouxeram algum numerário), muitos deles voltaram. Mas, os de procedência humilde, tiveram que se conformar com as vicissitudes da vida e aguentar firme, na espera de que mais tarde fossem recompensados com dias melhores."
É nesse contexto, que esta família resolveu se fixar no núcleo Zulmira mais conhecido como "Morro do Bicho".



































"Após a fundação da Colônia Nova Itália,deu-se início à evolução de diversos núcleos: América, Rio do Pinto, Anhaia, Rio Sagrado, Sesmaria, Sítio Grande, Turvo Zulmira, Ipiranga, etc.anos mais tarde, com o falimento do projeto Colônia Nova Itália, a maioria deles subiu a Serra do Mar e se fixou nas várias colônias em formação nos arredores de Curitiba, entre elas a Colônia Dantas, atual Bairro da Água Verde."

 Uma parte da família Bertazzoni permaneceu em Morretes, se fixando no núcleo Zulmira mais conhecido como "Morro do Bicho". Diz à lenda que o nome "Morro do Bicho se deu, por uma enorme cobra que atravessou umas das ruas próximas da montanha. 

"Em conversa com Henrique Fulgencio 74 anos (2009), antigo morador da região, informou que nasceu e viveu muitos anos no “Morro do Bicho”. Seu pai se chamava Maneco Fulgencio, eles moravam no Capituva. A tia dele, Maria Fulgencio (mãe de minha avó Tereza Bertazzoni) fazia farinha de mandioca junto com a família no começo do século 19. Estas famílias trabalhavam basicamente com plantações de banana, cana-de-açucar, milho, mandioca, arroz e feijão. Se locomoviam por carroças e tinham criação de galinha e porcos."


"Em 31/02/09 conversei com Maria Bertazzoni,(tia Queta), já falecida, irmã de minha vó Teresa Bertazzoni, a mesma informou que seus pais e avós trabalhavam com doces de goiaba e banana, também informou que os antigos perderam carroças devido a frequentes cheias do rio Nundiaquara."


"Em conversa com Tia Luisa em 30/01/09 (viúva de Paulo Bertazzoni filho de Antônio Bertazzoni), fui informado que na época teve uma enchente muito grande, que acabou levando por água a baixo uma carroça da família Bertazzoni, informou que viviam de trabalhos agrícolas."

As Inundações do Rio Nhundiaquara

As rápidas descidas das águas fluviais nas vertentes da serra causam freqüentemente inundações,nas baixadas do Município, o que comprova o escritor Dr. Sebastião Paraná, com as que verificaram em 1795, 1846, 1869, 1873, 1882, 1884, 1969. Uma das maiores foi registrada nos dias 13 e 14 de Março de 1888, tendo o povo se refugiado na colina da Igreja Matriz. Outras ainda sucederam, porém nenhuma de 
tão grandes proporções quanto a de 13 de Novembro de 1969.


“BERTAZZONI”

Uma parte da história começa com a chegada dos imigrantes italianos da família “Bertazzoni” vindos da região San Benedeto/Mantova – Itália, isso no dia 22 de março de 1877, segundo relatos, essa família morava do “lado pobre do rio” que corta o norte da Itália. Estes colonos receberam terras na região sul do Brasil para colonização em acordo feito entre Brasil e Itália, se instalaram na região de Morretes na “Colônia Nova Itália”, lá receberam sementes e lotes de terras ao chegarem no Brasil. Fixaram-se próximo ao rio Nhundiaquara, tiveram diversos problemas com a questão climática, eram muito brancos, olhos claros e pele clara, em um clima tropical com muita irradiação solar, tinham muitas queimaduras solares, bichos de pé, mosquitos e malaria, tiveram muitas perdas com as cheias do rio, como cavalos, carroças, porcos, plantações etc, - suspeito que o pânico de minha vó, quando chove, seja pelo fato de que foi passando de geração para geração este medo de chuva, porque antigamente, chuva era sinal de “desespero” - devido às dificuldades de morarem próximos do rio, mudaram para um lugar mais alto, conhecido como “Morro do bicho”. Vieram da Itália, Sante Bertazzoni, Palmira Bertazzoni, Teodora Celzira Bertazzoni e Luigi Bertazzoni.
Teodora era mãe de Theodoro de Bonna, famoso pintor paranaense que estudou na Itália e pintou diversos quadros famosos. “anexar certidão”
Em 1888 o rio Nhundiaquara teve uma cheia que inundou toda Morretes, levando registros de livros de nascimento, óbito e casamentos dos antigos da região, logo, muitos registros foram extraviados. Neste mesmo ano nasce Antonio Bertazzoni (filho de Sante e Palmira) em Morretes na região conhecida como Morro do Bicho, ele foi casado com Maria Fulgêncio (Filha de índios da tribo Carijós) em 1917 em Porto de Cima – Morretes, do casamento nasceram Luiz Bertazzoni, Paulo Bertazzoni, Maria Bertazzoni, Palmira Bertazzoni, Juvita Bertazzoni (nascida em 03/12/1931) e Teresa Bertazzoni. 

Em 1930 Antonio e Maria, vieram morar em Curitiba onde ele e os dois filhos mais velhos Luiz Bertazzoni e Palmira, trabalharam na Olaria Weiss no bairro Weisopolis/Pinhais. Em 1945, Antonio caminhava de Pinhais até o Centro de Curitiba para ouvir os comícios de Getulio Vargas, contou Luiz Bertazzoni em uma declaração feita em um jornal de Pinais em 1998. Antonio faleceu em Curitiba em acho que em 1953???

Registros de nascimentos, casamentos e óbitos família BERTAZZONI.

Com as constantes enchentes do rio Nhundiaquara, possivelmente muitos livros e registros históricos se perderam, os poucos que sobraram e que eu encontrei referentes a família, colocarei aqui em ordem cronológica, serão mostrados os registros de nascimento, casamento e óbito de nossos queridos.

Antônio Bertazzoni (pai de Luiz, Palmira, Paulo, Maria, Jõao, Juvita e Tereza Bertazzoni): Nascido em 01-03-1888 (não encontrei registro de nascimento), falecido em 28-04-1949. Filho legítimo de Santo Bertazzoni e Palmyra Valença Bertazzoni. Cosou com Maria Fulgêncio no dia 20 de novembro de 1918, ele com 30 anos e ela com 21 anos, na CAPELA SÃO SEBASTIÃO - MORRETES. Folha:127 número:5.


Antônio Bertazzoni (02-03-1886 / 28-04-1949)




Registro de casamento de Theodora Celzira Bertazzoni e Antonio de Bona, em 13/12/1899.




Theodora Celzira Bertazzoni, nascida em 1874 - 1918
 San Benedetto/Mantova/Italia 
Aos treze dias do mês de Dezembro do ano de 1899, nesta cidade de Morretes, receberam em casamento Antonio de Bona, italiano, industrial, filho legítimo de Marco de Bona e sua Mulher Antonia Paniau, Já falecidos, com quarenta e dois anos de idade e viúvo, e Theodora Celzira Bertazzoni,  também italiana,de profissão doméstica, solteira, filha legitma de Santo Bertazzoni e sua mulher Palmyra Vallenza, com vinte e seis anos de idade, sendo ambos domiciliados neste termo. "Theodora Celzira Bertazzoni não sabia ler nem escrever".





Optei por incluir um dos filhos dos dois acima citados, para evidenciar que a mãe de Theodoro de Bona (famoso pintor Paranaense) era irmã do pai de minha vó, ou seja Theodora Celzira Bertazzoni era tia de Tereza Bertazzoni. Abaixo, o registro de nascimento de Theodoro:








Aos 13 dias do mes de Junho do ano de 1904, neste Distrito na Paróquia Nossa Senhora do Porto, município de Morretes, Estado do Paraná, compareceu no cartório Antonio de Bona declarando que as 3 horas da manha nasceu uma criança de sexo masculino de nome Theodoro, filho legitimo dele o declarante e sua mulher Celzira Berthazzoni, italianos, a criança era neta paterna de Marco de Bona e sua já falecida mulher Antonia de Bona e neto materno de Santo Bertazzoni já falecido e sua esposa Palmyra Valenza.
Werner Schumann cineastra brasileiro, fez um trabalho muito interessante no youtube, sobre a vida de Theodoro de Bona, vale a pena conferir:





Teodoro de Bona teve 7 irmãos: Santo de Bona, Maria de Bona, Antonio de Bona, Tereza de Bona, Marcos de Bona, Luiz de Bona e Polidoro de Bona.
Aos 5 dias de março de mil novecentos e dezoito, nesta cidade de Morretes, Estado do Paraná, na falta de médico, declarou -se que as onze horas faleceu Celsira Bertazzoni de Bona, de que quarenta e quatro anos de idade, natuaral da Itália, doméstica e casada com Antonio de Bona, também italiano.




Encontrei um óbito da senhorita Santa Bertazzoni, no ano de 1901, como no registro informação foi na região de Capituva, concluo que esta era filha de Sante Bertazzoni e Palmira, logo irmã de Theodora Celzira. Seguem as informações do registro:

"Aos 9 dias do mes de janeiro do ano de 1901, neste distrito da Paróquia de Nossa Senhora do Porto, Municipio de Morretes, Estado do Paraná, no cartório compareceu Cilio Valenza, declarou que as 14 hs da tarde, no lugar "Capituva", faleceu de hydrofasia e vai sepultar-se no cemitério público desta cidade, a brasileira Santa Bertazzoni, de vinte e seis anos de idade, casada com Anselmo Osbandi, italiano."




Acima, foram mostrados registros de Theodora e Santa Bertazzoni, filhas de Sante e Palmira, então, abaixo irei informar o que encontrei nos livros de registro, os descendentes de Luigi/Luis Bertazzoni, irmão de Theodora e Santa, ele nascido na Itália  em San Benedetto, em Mantova, Itália, no dia 18/03/1871 sob registro nº 203/362. Em Morretes encontrei um registro de casamento do filho dele chamado Santin Bertazzoni:

"Aos 10 dias de Janeiro de 1930, nesta cidade Morretes, as 13 horas, declarou-se o matrimonio de Santin Bertazzoni e Maria Hanovato dos Santos, ele com 24 anos de idade, nascido no dia 15 de abril de 1906, neste município onde é domiciliado e residente, lavrador, solteiro, filho legitimo de Luiz Bertazzoni e de sua mulher Paola Bertazzoni, falecidos neste município a muito tempo, ignoram-se a data do falecimento, ela com 21 anos, nascida no dia 23 d novembro de 1908, neste município  solteira, filha legitima de Pedro Honorato dos Santos, nascido neste Município no ano de 1877, e sua mulher Laurença, também nascida neste município no ano de 1879.".








Bibliografia:

BALHANA, A. P. Santa Felicidade: um processo de assimilação. Curitiba: J. Haupt & Cia, 1958.

Jornal Gazeta do Povo de 13/07/1975, Fatos curiosos da imigração italiana. Este material se encontra arquivado na Biblioteca Pública do Paraná.


Jornal 19 de Dezembro (9 de maio de 1877, pg 02), Este material se encontra arquivado no Circulo de Estudos Bandeirantes/PUC, consulta realizada em 30/01/2011.